Pular para o conteúdo principal
Setor

Por que os Varejistas deveriam analisar o Open Banking?

Dois homens em uma loja de ternos

Open Banking desperta interesse no Varejo

Apesar do tema Open Banking no primeiro momento remeter à uma associação à indústria de serviços financeiros, esse tema tem enorme relevância para a evolução e transformação setor de varejo.  

O Objetivo desse artigo não é detalhar os conceitos de Open Banking, seus componentes e sua jornada de implantação, esses tópicos são abordados com muita competência no artigo Open Banking: a estratégia da Microsoft para liderar essa revolução (clique aqui para acessar), escrito por Fabio Mittelstaedt, Head da Indústria de Serviços Financeiros, e por João Aragão Pereira, Estrategista de Tecnologia da Indústria de Serviços Financeiros da Microsoft Brasil. O objetivo desse artigo é explorar as oportunidades que o Open Banking pode trazer para os varejistas e estimulá-los a explorarem os conceitos no desenvolvimento de novos modelos de negócio ou melhorando sua operação. 

De forma simplificada, o conceito de Open Banking tem como base o compartilhamento de informações dos clientes através de APIs abertas, interfaces tecnológicas, entre organizações financeiras. As informações de clientes compartilhadas entre empresas pertencem ao próprio cliente e somente ele poderá consentir para quais instituições os seus dados serão enviados.  

A partir do acesso aos dados compartilhados pelos clientes, o Open Banking cria um ambiente mais competitivo criando opções de ofertas mais flexíveis para aquisição de produtos e serviços e redução dos custos bancários.  O Open Banking é considerado a nova fronteira do banco digital inteligente, baseado em co-inovação aberta. Não se trata de uma nova ideia, produto ou sistema. O conceito é, de fato, muito mais amplo que isso, uma vez que consuma a evolução da abertura do mercado de serviços financeiros. 

No Brasil, a iniciativa de Open Banking é regulamentada pelo Banco Central e a primeira fase entrou em operação em fevereiro de 2021. A implantação está escalonada em 3 novas fases que serão implementadas de forma gradual até 15 de dezembro de 2021.  

Quando falamos de informações de clientes, é nesse ponto que o Varejo tem um papel fundamental nos ecossistemas concebidos pelo Open Banking. O varejo tem grande vantagem, enquanto os bancos têm acesso somente as informações financeiras do cliente, o Varejo tem acesso às informações detalhadas de compras e os hábitos de consumo. O Varejo consegue identificar quais produtos e marcas que o cliente tem preferência, qual sua frequência de consumo e em qual momento o cliente está na sua jornada de compra.  

No caso do Brasil, além das informações detalhadas sobre o consumo, os varejistas têm outra vantagem em relação as instituições financeiras. Temos um cenário no qual um terço da população ainda não tem conta em banco, mas que tem uma relação de fidelidade com o varejo interagindo com frequência.  

 

Oportunidades do Open Banking para o Varejo 

Nesse cenário em que o varejo tem informações valiosas do cliente que podem ser combinadas com informações financeiras e no qual uma quantidade significativa da população brasileira está fora do sistema financeiro, mas busca praticidade de pagamento, acesso à crédito e a benefícios, o Open Banking traz várias oportunidades de negócio, melhorando processos e serviços já existentes, mas também possibilitando a criação de novos modelos de negócio incrementado sua receita. Os seguintes processos e serviços podem ser beneficiados pelo Open Banking: 

  • Melhoria na Operação de Crédito: com visibilidade do histórico de crédito dos seus clientes, o varejo poderá tomar decisões mais acuradas, personalizando melhor sua concessão de crédito. Além disso ainda pode reduzir sua inadimplência, gastos de recuperação e provisões de devedores impactando no balanço da empresa.
  • Flexibilidade na negociação de recebíveis: o Open Banking estimula o aparecimento de diversas fintechs especializadas em negociações de recebíveis, dessa forma o varejo terá mais flexibilidade de negociar sua carteira de recebíveis conseguindo condições mais vantajosas.  
  • Oferta combinada de Serviços Financeiros e Produtos: o compartilhamento e combinação de informações financeiras e de consumo permite por exemplo identificar que quando um cliente adquira um empréstimo pessoal para a reforma de sua casa, ele possa ter benefícios e descontos em um varejo de material de construção, gerando um modelo ganha-ganha para cliente, bancos e varejistas.  

 

No caso de novos modelos de negócio podemos falar das seguintes iniciativas:

  • Criação de Próprio Banco Digital: essa já é uma tendência que grandes varejistas estão trabalhando. O Varejo através de uma Instituição de pagamento ou adquirindo serviços de BaaS (Banking as a Services) pode oferecer um conta digital para os seus clientes disponibilizando funcionalidade de pagamento, acesso a crédito, gerenciamento das suas compras financiadas, entre ouros produtos e serviços que podem ser combinados com ofertas das finthechs ou organizações financeiras. 
  • Super App de relacionamento: o surgimento e consolidação de vários Super Apps no mercado brasileiro, tem uma grande participação do varejo que pode utilizar os seus canais digitais especialmente em relação a aplicação mobile para criar um hub de venda de produtos, pagamentos e ofertas de serviços diversos inclusive financeiros. Quanto maior a quantidade de interação do cliente com o varejo, maior a possiblidade de personalização nas interações e de se tornar mais relevante para o cliente.  

 

Conclusão 

A iniciativa de Open Banking proporciona enorme oportunidades para o varejo, mas tem uma dependência muito grande da capacidade de colaboração e atuação em ecossistemas e de uma cultura digital que sabia explorar com eficiência os dados e desenvolvimento de produtos digitais.   

A Microsoft já tem implantado o Open Banking em grandes Bancos e outras instituições financeiras ao redor do mundo. Portanto, além das arquiteturas técnicas de referência e soluções de parceiros, adquiriu experiência prática que pode ajudar o mercado a acelerar o processo de inovação do Open Banking.